Por que estamos deixando de acreditar nos influenciadores?
Já tem nome essa descrença: Fadiga de influenciadores. Cunhado por Adam Dornbusch, fundador e CEO da EnTribe que liderou uma pesquisa divulgada essa semana, buscando analisar a percepção dos consumidores em relação às marcas que utilizam marketing de influência no comparativo com aquelas que empregam conteúdo gerado pelos próprios usuários, o UGC.
A influência do UGC (user-generated content) ganha em mais de 80% dos casos quando comparado a conteúdo de influenciadores, que alcança meros 12%. E a resposta para esse número é bem óbvia: tá tudo montado demais, perfeito demais, editado demais, filtros demais, roteirizado demais, irreal demais.
No desejo de parecer profissional, muitos influenciadores se preocupam mais com uma estética do que a gestão do negócio e mais importante, a gestão da comunidade.
UGC é comunidade e por isso tem brilhado nas pesquisas. É menos conteúdo sobre “olha que lindo o lugar que estou, olha o que eu comprei, veja os privilégios que eu tenho e você não tem” e mais sobre o serviço que o conteúdo deve prestar. Menos montado e mais com a cara de fotos e vídeos que registrávamos nos tempos analógicos, sem muita perfeição mesmo, eventualmente até tosco, meio borrado, sem o melhor enquadramento, coisa que a genZ já faz com as mãos nas costas.
O caminho que foi pavimentado até aqui criou um fenômeno que desperta cansaço ao ver conteúdo repetitivo. Pra mim, aqui pode morar a aposentadoria de alguns e o renascimento de outros, depende do quanto de energia ainda sobrou para lidar com tamanha onda de rejeição à categoria e encontrar os novos espaços de trabalho. Hora de virar o disco, diria minha mãe, porque não é só de feed bonito que se faz.
texto originalmente publicado no meu perfil no Instagram em 06/06/2023